sábado, 13 de julho de 2013

De Jack Sparrow e Tonto Johnny Depp tem um tanto. Mas um tanto demais para um filme de menos...


A necessidade de indexação a que estamos submetidos permite, sempre, que algumas obras rompam, quebrem, deslumbrem e reinventem gêneros. Não é difícil encontrar dramas que nos fazem rir, aventuras que nos assustam e comédias que nos levam às lágrimas.

Mas para que isso aconteça é preciso contar que a mão do artista se imponha sobre o tronco gelado da indústria.

Procurando ser generoso, colocarei O Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger – EUA – 2013) na estante de filmes Fantasia, tentando favorecê-lo como obra menor ao lado de pérolas como O Barão de Munschausen”, As Sete Faces do Dr. Lao (valeu, generoso Neri) e Os 5.000 Dedos do Dr. T.

Mas, diferente destas, o universo concebido para ambientar as desventuras deste icônico personagem é disforme. Toda uma aventura original cai quando se desfila uma série de clichês do subgênero aventura faroeste.
Todo um filme de clichês cai quando se desfila uma série de piadas internas, com momentos-paródia. E nem isso se sustenta quando o nonsense é questionado por uma criança de 10 anos a um índio velho, e enquanto este polvilha migalhas para um pássaro morto, dá às costas para a criança e, por consequência, faz o mesmo com o público.

Claro que, no conforto da poltrona, fica fácil resolver problemas que centenas de profissionais (muito bem) pagos tentaram durante meses, e não conseguiram.

Sei que, futuramente, verei um fanedit recut dessa peça de Gore Verbinski.
Eu mesmo faria duas obras distintas: uma constando todo o humor explícito da obra, excluindo o restante da trama; e outra excluindo todo este humor, fazendo uma lipo do restante da obra.
Mas ambas as versões não teriam o velho Tonto, certamente.

O Cavaleiro Solitário é um filme tonto, feito por tonto, para o Tonto.

Solitário mas não sozinho na busca pelo dinheiro aparentemente fácil que o entretenimento caro parece gerar e devorar.


Indicado a: quem quer ver Jack Sparrow fantasiado de índio e quem não sentiu vergonha alheia em Indiana Jones e a Caveira de Cristal.

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