sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Se o que for ruim, piora, e o que for bom, melhora, podemos dizer que ficou tudo igual?!

(ou: o texto abaixo foi encontrado abandonado num computador em uma pequena cidade ao sul do mundo)


Retratar a experiência em se assistir A Bruxa de Blair, de 2016, em 2016, é algo muito similar à experiência em 1999, com o primeiro filme.
(Se eu tivesse feito uma resenha naquela época, me restringiria a um "copy/paste" agora.)

Vou tentar me ater à narrativa sensorial que o filme se propõe - e juro que não vou mais reclamar das baterias de câmera que nunca acabam, dos cartões das câmeras que nunca enchem, e da discrepância da montagem entre "quem filma" x "quadro filmado". Ou seja, da diegese que sutilmente deixa claro que o que vemos não aconteceria dentro das condições do nosso plano tecnológico-material.

Vou tentar me ater ao terreno que motiva os personagens a tomarem decisões que nem eu nem você tomaríamos nas dadas circunstâncias da história do filme.

Vou tentar me calar e não dizer que o filme perde a chance de emocionar por, em dados momentos, simplesmente nos levar a pensar as opções tomadas pelos roteiristas nas atitudes dos personagens - e assim nos afastar da imersão fílmica.

Vou tentar falar de que certas obras audivisuais ganham muito se estão devidamente acompanhadas de um ambiente oportuno (e eu SEI que nunca vou ver/rever esse filme, tal qual Atividade Paranormal, em casa, à noite, sozinho, por motivos infantilmente emocionais - e provavelmente nem de dia, mesmo que acompanhado, por motivos puramente racionais.)

Em algum momento desse texto eu preciso dizer que o filme em certos momentos sai do gênero "terror" e adentra um subgênero pouco visitado, que é "angústia" - se é que isso existe.

Mas nunca vou assumir que, durante o filme, várias vezes, olhava para o lado e pensava "que bom que estou numa sala de cinema; que bom que tem mais pessoas por perto; e que bom, Senhor, que virei o rosto e não tinha nenhum vulto se esgueirando na minha direção."

(o texto se interrompe aqui)

Glauber Gorski

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Infinitos Remakes e um Mesmo Destino

Gostaria de ver uma resenha da Mari para "Quatro Mulheres e Um Destino". Huahuahuahua!

Glauber Gorski



Sete homens e um destino é o típico filme de faroeste, com direito a todos os clichês de bang-bang.
É remake de um filme que foi lançado em 1960, que, por sua vez, já é um remake do filme Os Sete Samurais.
Particularmente não sou a maior apreciadora desse tipo de filme. Mesmo sabendo que agrada muitas pessoas, eu acho um tanto entediante, mas isso é gosto pessoal. Para quem gosta de uma matança, o filme é interessante. Uma trama recheada de duelos, tiros, mortes sem motivo e sede de justiça. Mesmo tendo muitos tiros e mortes, o filme não mostra sangue. Muitos baleados sem derramar uma gota de sangue. Um ferimento ou outro, mas nada de pessoas muito ensanguentadas como deveriam ficar, após tantos tiros.
Como em muitos filmes atuais, quiseram colocar uma mulher como a “guerreira” – guerreira no sentido de ir para o combate, entendam, não estou falando de guerreira na vida. Só para deixar explicadinho aqui. – Mas ao meu ver, não foi uma tentativa muito bem-sucedida, porque ela não se destaca muito como a líder, talvez não passe a mensagem que era objetivo.
Tem a estética de um filme antigo, como se fosse rodado na época que se passa a história.
O tratamento de cor nas cenas em plano geral, são mais bem trabalhadas que as cenas em plano mais fechado. Tem uma coisinha ou outra fora de foco, mas nada muito grave ou muito evidente.
A trilha sonora ótima, contribui muito com o filme. Traz a atenção para dentro do filme, deixando as cenas melhor encaixadas no roteiro.
Assim como o filme de 1960, não é um filme que fica agindo na cabeça depois de assistir, ou que colabora muito com pensamentos de vida. É uma diversão, um entretenimento durante aquelas horas de filme, e depois dissipa na mente até virar uma lembrança mais vaga.
Para admiradores desse tipo de filme, vale a pena investir estas horinhas.


Mariana Dal Negro

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Então tá...

Sinceramente, tô sem saco para falar sobre o popcinebrazuca. Tão devendo.

Veja aí o que os sentimentos da Mari captaram de mais um do gênero.

Glauber Gorski

To Ryca
Confesso que fui assistir sem muita expectativa. Só pelo trailer já vi que era bem estilo Zorra Total. Não posso negar que já fui assistir pensando “mais um filme pastelão Zorra Total”, até porque parte do elenco já integrou o programa humorístico. Mas fui surpreendida com um filme levezinho e engraçado, levando em conta o público, que é exatamente quem assiste estes programas humorísticos.
Hoje existe certo preconceito com esses filmes de “comédia pastelão”. Parece que as pessoas precisam falar que não gostam desse tipo de coisa, que não assistem. O cult está muito em voga, mas não podemos esquecer que existem pessoas que gostam desse tipo de humor, desse tipo de entretenimento. Levando isso em conta, o filme se justifica muito bem, com o roteiro, a trilha sonora, os diálogos. Acho que isso tudo funciona bem, levando em conta o público do filme.
Bom, o filme começa com a música “Fermento pra massa” do Criolo, e com isso já ganhou o coraçãozinho mole da Mariana. A trilha sonora em geral é bem típica das “festas na laje”, com muito funk, muita música alegre, bem clima de fexxxta carioca.
Os primeiros minutos de filme já entregam os clichês. Personagens estereotipados, forçando bem as características das pessoas que vivem no subúrbio carioca. Vans lotadas, pessoas reclamando de dinheiro, a rotina do trabalhador, e todas essas coisas que cercam a realidade suburbana.
A frentista Selminha (Samantha Schmütz), tem a chance de se tornar milionária, com a herança de um tio distante, caso cumpra o desafio de gastar 30 milhões de reais em um prazo de 30 dias. Com a condição de não contar a ninguém a respeito do desafio, e nem acumular nada, ela vai se ver louca para cumprir, e nesse meio do caminho, vai tirar lições importantes de vida.
A premissa do filme é bem interessante, faz com que a gente se coloque no lugar da protagonista e, de certa forma, faça parte da história. Será possível gastar 30 milhões de reais em 30 dias? 1 milhão de reais por dia é muita grana. Em algumas partes do filme mais lentinhas, onde você perde um pouco da atenção, começa a fazer planos de como gastaria esse dinheiro para cumprir o desafio. Gosto disso de instigar a imaginação do espectador, e fazer com que ele se coloque no lugar da personagem.

Não é um filme que vai agradar todas as pessoas, que vai mudar a forma de pensar de quem está assistindo. É um filme para assistir em casa, num Domingo preguiçoso, ou zapeando TV a fora. Vale a pena assistir, desde que não espere muito do filme.
Mariana Dal Negro

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Vidas Longas, Prósperas, Divertidas, Dignas e Sem Fronteiras à Cinessérie Star Trek

Nenhuma - nenhuma mesmo! - cinessérie tem a riqueza que toda a franquia Star Trek contém. As possibilidades criativas são tantas - e tão bem aproveitadas - que mesmo os deslizes que já aconteceram (e não foram poucos) serviram para aprimoramento e reflexões em produções futuras.
Parte disso por conta dos produtores permitirem que roteiristas soltassem a mão, seja na ousadia criativa em algumas histórias, como em atrevimentos nos objetivos instalados em inúmeros personagens.
Por mim, escreveria um tratado sobre todo o processo criativo que envolve todo o universo Star Trek, da séria clássica às derivadas, dos maravilhosos "filmes pares" dos anos 80 aos subaproveitamentos da equipe de Pickard.
Mas esse post se propõe ao terceiro filme da renovada estrutura clássica, desde que J. J. Abrams assumiu a batuta.
E sobre o filme, em si, tenho tão pouco a dizer, ao mesmo tempo que tenho uma urgência em rever.
Mais do que se reiventar, levar a história mais adiante, chocar os fãs, acrescentar novidades ou resgatar ideias antigas, homenagear atores mortos, ter reviravoltas inacreditáveis na história, etc.
O novo Jornada nas Estrelas é, de tudo isso um pouco.
E nada mais.
A não ser mais uma história com heróis, vilões, conflitos e destruições. Encruzilhadas que personagens se deparam e precisam tomar decisões desesperadas.
É mais uma história dentre tantas já escritas, produzidas e assistidas em décadas.
E isso é ótimo!
Um excelente caso de obra que não precisa provar nada pra ninguém, a não ser... ser ela própria sua própria prova. Uma existência em si.
Como se não ter fronteiras não fosse um infinito em si. Mas voltar-se sempre para sua própria limitação, vivendo sempre no seu quadrado.
Ou, melhor dizendo, no seu quadrante, que é o caso do filme.
Glauber Gorski


NCC-1701 forever!

O terror! O TERROR!

O gênero Terror e seus devidos subgêneros são objetos de apreciação moderada da minha parte. Não que eu os veja de forma amena e periódica. Pelo contrário - passo meses sem passar perto de obras relativas à emoção, mas de vez em quando me permito fazer uma imersão mais profunda e diria que plena (diferente do gênero Comédia, que uso de forma alopática, se é que me entendem...
E temos um filme de terror em pauta!
Mas não que eu tenha visto.
Ficou à cargo da Mari expor suas víceras - ela odeia filmes que assustam meninas. E odeia que eu escreva dessa forma, hahahaha.
Então...
Deixo o parecer dela sobre o filme (que confesso ter uma certa curiosidade em assistir. Mas primeiro terei que rever Star Trek III, que é assunto do próximo post).
Com vocês, seguem as palavras aflitas da cinéfila.
Glauber Gorski

O SONO DA MORTE
Bom, eu não sou a maior admiradora do gênero terror, mas vamos lá.
O Sono da Morte tem Mike Flanagan como diretor e roteirista. Ele fez outros filmes de terror como “O Espelho”, “Hush” e “Ouija - Origem do Mal” – estes dois últimos ainda não lançados.
O que faz com que um filme de terror seja bom? Dar sustos? Causar medo? Ter um final surpreendente? Se o terror tem uma história boa, mas causa pouco medo é "menos terror"?
Ou um filme é inovador, ou ele cai no senso comum. Esse é mais um daqueles que acabam caindo na “mesmice” de outros filmes. Tem características fortes de vários filmes de terror que são muito evidentes. Junta alguns pontos de “A Hora do Pesadelo”, “O Grito”, “O Chamado”, e outros clássicos do terror.
Cody (Jacob Tremblay) é um garoto de 8 anos, adotado por um casal (Kate Bosworth e Thomas Jane) que perdeu seu único filho. Assim que Cody começa a morar com eles, coisas estranhas acontecem todas as vezes que o menino dorme. Sabendo disso, ele tenta se manter acordado, para que não sonhe e não cause problemas. Quando ele tem sonhos bons, essas coisas boas tornam-se realidade enquanto ele dorme, mas ele também tem pesadelos. Como o Homem Cancro, que abomina o pequeno Cody, e “engole” as pessoas quando ele pega no sono.
Esse "dom" que o menino tem, parece ser um reflexo dos monstros interiores que cada um de nós carrega durante a vida. Justamente por ter esse "dom", os monstros de Cody viram realidade, assim como as coisas boas que pairam em sua cabeça e ele acaba sonhando. É como um projetor de sonhos, que não pede permissão para ser ligado. Mesmo não tendo esta característica de Cody, também temos nossos monstros, a diferença é que eles não devoram pessoas e nem se tornam reais, eles vivem apenas dentro da nossa mente e podem causar grandes problemas lá dentro.
Bom, mesmo com um roteiro um tanto fraco, o elenco do filme é muito bom. Nomes como Kate Bosworth, Thomas Jane, Jacob Tremblay, Scottie Thompson, Dash Mihok, Annabeth Gish e o pequeno Jacob Tremblay, - que não poderia ter sido melhor escolha para interpretar Cody – estão no longa.   
O filme inteiro é bem escuro. Não só as cenas noturnas no interior da casa, mas até as cenas da escola ou do quintal são com pouca luz. É uma característica estética que adotaram para o filme. Em contrapartida, as criaturas do filme são muito visíveis. A parte gráfica dos "monstros" deixa a desejar na qualidade. Destoam do que é filmado. Parecem meio robóticos, e evidentemente irreais. Acredito que se fossem deixados mais na penumbra, sem revelar tanto, daria mais mistério e poderia funcionar melhor.
O trailer mostra algumas cenas do filme, mas sem entregar muito da história, gera certa curiosidade para ver o filme. Tirando que a cena que achei mais assustadora consta no trailer, mas a gente releva.

É um terrorzinho meio água com açúcar. Eu que morro de medo de filme de terror achei bem ok, pouco medo, um susto ou outro, nada muito diferente. Para o público que gosta do gênero, o filme entrega pouco. É um filme raso, sem nada muito inovador. Deixa algumas pontas soltas, abre situações que o espectador espera que sejam resolvidas, mas elas são deixadas de lado.
Mariana Dal Negro