segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Red 2 é Mais do Mesmo - O que é Ruim... O que é Bom... O Que é Ruim.

A Hollywood do século XXI ainda aguarda um filme de John McLane - digo, de Bruce Willis - que não lembre, em algum momento, que a presença do carismático ator, em cena, não lembre o herói de Duro de Matar (pelo menos do Duro de Matar 3 em diante).

Alguns vislumbres diferenciais foram percebidos em Sin City, Refém e 16 Quadras. Mas isso já tem quase 10 anos em relação a Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos (Red 2 - EUA - 2013), que traz de volta os personagens e a estrutura do primeiro filme, de 2010, que já era, em si, uma releitura de filmes de ação do estilo em que Willis havia se consolidado. Porém aquele contava com uma releitura e estética muito pertinente, entregando um produto bem interessante a um público que consumia - muito bem - a franquia Identidade Bourne e o surpreendente revitalizante Busca Implacável.


Mas, infelizmente, o novo só tem sabor quando consumido com frescor. Sobreviver ou simplesmente revisitar com ótica semelhante qualquer universo incorre em estar muito mais atento e produzir com muito mais acuidade do que quando se fez o "primeiro" filme - que, neste caso, tinha outra mão, megatalentosa, na boleia.

Para o bem ou para o mal a mão do diretor faz muita diferença, quer os produtores concordem ou não disso.

Desencanta ver que Red 2 se apoia estreitamente, enquanto narrativa, no primeiro filme, fazendo quase que uma paródia de si mesmo. Uma autofagia destituída de proteína - no caso, destituída dos sempre necessários elementos surpresa & emoção.

A se valer, em todos os casos, o ingresso, fica por conta do personagem de Helen Mirren, que é o contraponto emotivo-racional ao Marvin-Murdock (sim, o personagem de Malkovich lembrou muito o piloto doido e divertido do Esquadrão Classe A).


Ela, por si só, vale o ingresso. Mas o filme, como um todo, não.

Se é que um filme escapista tenha que valer algo além de sua proposta escapista.


Em tempo: Zeta-Jones e Hopkins, em algum momento, dão as caras no filme.

E só.

Indicado a: quem não esperar muito da continuação do admirável primeiro filme. E descerebrados em geral.

Para saber tudo: http://www.imdb.com/title/tt1821694

domingo, 4 de agosto de 2013

Papai Smurf Sabe Tudo

"Não importa de onde você veio, mas quem você escolhe ser" - esta pérola de sabedoria é dada por uma pequena criatura azul, de barba, para uma outra criatura que questiona sua gênese e sua ânima.

Este momento "Mary Shelley para infantos" é uma jóia rara perdida no universo pastelão de Os Smurfs 2 (The Smurfs 2 - EUA - 2013).


O aproveitamento correto desta obra, no cinema, só se faz em dois aspectos: a vivacidade e credibilidade das pequenas criaturas e do gato Cruel (os humanos no filme são extremamente artificiais) e, com certeza, ter a companhia de um pequeno ao seu lado, um neófito em salas de exibição, que ficará se deslumbrando com uma imersão colorida nesse universo tão divertido.

E, claro, tão repleto de clichês, para quem já viu mais de 3 filmes do gênero.

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O universo mitológico que contém anões é outra jóia ainda a ser trabalhada. A pequenez estrutural se soma à fração de sentimentos humanos (os 7 anões da Branca de Neve, somados, dão a totalidade da identidade emocional humana) e contemplam uma possibilidade infinita de aventuras. Asterix passeia de leve nessa seara, bem como, sob outra frequência, o Pequeno Polegar.

Um aspecto que Os Smurfs ainda devem no cinema. Oportunidade para isso não vai faltar.

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Se você, como eu, odeia não conseguir tirar o "lá-lá-lá" da música tema da cabeça, também irá se divertir com a fúria irracional de Gargamel.
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É com a frase que abre este texto que Jonathan Winters (1925-2013) se despede da voz de Papai Smurf, no áudio original.

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Indicado a: fãs dos personagens de Peyo e criançada em geral, que ainda não passou pelos critérios mais elevados das animações da Pixar e da Dreamworks.

Para saber tudo: http://www.imdb.com/title/tt2017020