Inevitável. Essa é a palavra-chave para entender o porquê da relização de obras modernas com uma premissa clássica. A caixa registradora tilintando abafa qualquer crítica que seja feita à falta de criatividade - ou melhor dizendo, de originalidade - sobre alguns filmes que sempre insistem em chegar aos cinemas e impedem a divulgação maior de obras menores, mas mais importantes.
Analisar João e Maria (Hansel & Gretel - Alemanha/EUA - 2012) implica em entender o movimento financeiro que acontece por detrás do cinema enquanto indústria. A busca pelo certeiro com uma maquiagem do novo é um investimento de baixo risco. Some a isso a obra estar alinhada com o que há de mais moderno em termos de tecnologia de produção e exibição.
Benevolentemente chamo isso de um ensaio, uma ante-sala das possibilidades técnicas que serão investidas em filmes que se prestem a contar um algo-a-mais. Sou bem generoso e condescendente com o cinemão americano, que treina seu departamento técnico o tempo todo.
E mais uma vez a bruxa ganha a cena. Valeria investir uns cobres para ver as encarnações do mal personificas por Muriel e Ravina, num crossover entre "João e Maria" e "Branca de Neve e o Caçador".
O pega seria bom!
Eu mesmo torceria para a que se revelasse mais malvada.
E antes que me chamem de fetichista, deixo aqui o questionamento: por que antigamente as bruxas eram retratadas como sendo feias e decrépitas?!?! (na composição fotográfica: Charlize Theron em "Branca de Neve e o Caçador" e Famke Janssen em "João e Maria")
...
Resumidamente: um clássico eterno numa obra perecível.
...
Indicado a: moçada nova que curte um Walking Dead, se dedica horas à frente de um game buscando o headshot perfeito e que ainda não descobriu o gore clássico.
Contra-indicado a: quem leva a ida ao cinema um pouco a sério demais - e não tão demais...
Para saber tudo: http://www.imdb.com/title/tt1428538
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