segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Lado Bom dos Filmes


Dentre os diversos serviços que a arte se presta, levar a relexão para além da obra é o maior desafio.

Quando se fala em entretenimento, nem sempre/quase nunca se busca/se encontra algo além do descartável.

E quando o produto é fílmico, o desafio é maior, pois nenhum produto mercadológico corre tantos riscos financeiros quanto o da indústria audio-visual direcionada às massas.

Mas a pergunta é: quando uma obra descartável que se presta nos leva a alguma reflexão, dá para dizer que assumiu o status de arte?

Essa questão, para mim, não passa de uma brincadeira de raciocínio mas, ponderando bem, está além da retórica, pois quando o entretenimento nos enleva para além, acidental ou intencionalmente, ele caminha em paralelo com a arte – mas com uma desvantagem sobre este ponto, pois largou de uma distância muito mais além, e tem um espectro de alcance necessariamente quantitativo.

Obras assim, fílmicas ou não, são raras e de valor incalculável, pois o desprendimento de quem está do “lado de lá”, o lado de quem produz, é de se admirar, pois tangencia o “obejtivo fácil” de uma obra descartável, que é de agradar o maior número de pessoas pelo maior tempo possível. Ao mesmo tempo ocorre aqui a permissão do atrevimento autoral que a arte tanto depende, vestidos de uma estética que a obra tanto necessita.

Percebo que minha prateleira está carente de filmes assim. E não são poucos.

Me aproveitei de um mero filme, descartável como qualquer outro; aprazível como poucos nos eternos tempos contemporâneos; composto de diversos valores, como raros; para elaborar este raciocínio.

Para minha própria e grata surpresa.


O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook – EUA – 2012)

Veja, viva, sorria, chore, se entregue, não desista.

Para saber tudo: imdb.com/title/tt1045658