sexta-feira, 8 de junho de 2012

De Onde Viemos Não Devemos Voltar


O universo de Alien talvez um dia tenha uma merecida análise psicanalítica sobre esse monstro, sobre o desconhecido que podemos despertar, por adentrarmos num universo em que não fomos convidados a conhecer.
A não meter a mão naquilo que não se diz respeito. Mesmo quando pensamos ser de direito.
Talvez um alerta, talvez uma constatação de nossa própria natureza humana.
Enfim, o que tenho a dizer sobre o sétimo filme (incluo os dois Aliens x Predator) a abordar o universo concebido primeiramente por Dan O'Banon & Ronald Shusett, aqui escrito por Damon Lindelof & Jon Spaihts, é um recorte emocional e intenso de uma crônica sobre este universo.
Ambientado no mesmo planeta dos filmes de 1979 e 1986, mas num tempo anterior a estes, Prometheus se propõe a não macular a cinessérie. Uma parada difícil, mas que conta com a força do contador de histórias Ridley Scott, com um elenco multi-étnico - tal qual nos outros filmes - e com os efeitos especiais primorosos da Weta.
O foco aqui não está nas criaturas sanguinárias e de sangue ácido, inicialmente, mas na busca pela gênese humana, o que leva uma equipe a visitar um planeta, com condições de vida similares à da Terra, a pesquisar estas informações.
Claro que eles não estavam preparados para encontrar o que os aguardava ali.
Saber mais é não aproveitar o melhor do filme, que é seu próprio mistério.
Mas adianto que onde nada se acrescenta enquanto informação sobre a origem da nossa espécie, também não se acrescenta nada na mitologia da série.
Mas expande horizontalmente, em termos emocionais.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

É Madagascar, mas poderia ser Monte Carlo, Roma, Nova Iorque...


Caminhando no meu próprio contra-senso, preciso dizer que não dá para ver Madagascar 3 desconsiderando seus dois filmes predecessores, por se tratar de uma continuação direta.
Divertido, colorido, engraçadinho e descartável, este segmento é um convite ao desbunde visual que é o 3D. A ponto de eu duvidar se ele funcionaria bem numa tela plana, sem a profundidade do eixo z.
Também constatei que caminho num outro contra-senso: diferente da maioria das pessoas com quem comentei sobre a franquia, até o momento sou o único que gosto (muito!) do episódio 2, ao contrário do que eu eu chamo de fraco filme iniciante (desprezo, na verdade).
Coisas de expectativas e preconceitos, claro.
A narrativa segue com a saga da trupe que, depois de buscar Madagascar no primeiro filme, desde o segundo busca retornar pra casa. Fechando a trilogia, o filme se segura, e muito bem, no comportamento dos velhos personagens, já conhecidos por quem viu os filmes anteriores - ou segue as desventuras dos pinguins na televisão - e também por introduzir novos personagens, circenses, mais próximos da antropoformização do que qualquer outro até então. Mais semelhantes ao público adulto, que é quem tem mais vivência e decepções numa vida do que os aventureiros fugitivos do zoológico.
Ah, sim, não deixe de considerar uma pipoca como companhia e a vibração da criançada como extensão da trilha sonora, se você se arriscar a ver o filme coletivamente, junto do verdadeiro público-alvo desta obra.


Um Voto é Para Sempre


Prefiri renomear o filme "The Vow" - (EUA - 2012) que no Brasil recebeu o genérico título "Para Sempre", para que seja um pouco mais justo com a proposta dos autores, que é contar a dramática - quase trágica - história de um casal que, após sofrer um acidente de carro, passa pela curiosa situação com a esposa ter perdido parte de sua memória. Os últimos 5 anos, mais precisamente - onde 4 destes ela conheceu, se apaixonou e casou com um homem que agora não passa de um estranho. Alguém por quem ela não tem o menos interesse.
Com um aparente início de filme água-com-açúcar, mais-do-mesmo, climazinho-de-amor, o relacionamento do casal vai nos colocando em nossos devidos lugares, que é para dentro de nós mesmos.

A vida, quando inspira a sétima arte, sempre nos recompensa com nossa atenção.
Veja leve, com o coração aberto.